Escrever ou falar? Para onde estamos caminhando?


Existem textos que pulam dentro de nós e só sossegam quando são colocados para fora.

Vez ou outra me pego sentindo falta de escrever por aqui, independente dos leitores é como se os vídeos do facebook não fossem suficientes para materializar minhas ideias. Acabo percebendo o crescente número de visualizações, mas aquilo não é suficiente para aliviar o peso dos pensamentos. O pensar me parece que está diretamente associado ao escrever. Quando falamos nem sempre pensamos e por isso expressamos coisas que não deveriam ser expressadas e que por vezes nos causam constrangimentos.

Estou impactado com o adoecimento da nossa sociedade. Sofremos tanto psiquicamente que qualquer luz, qualquer conforto, qualquer alívio da angústia já "muda a nossa vida". Vejo palestrantes ajudando centenas de pessoas a gritarem Yes e se sentirem bem... isso me assusta... me assusta saber que você ao ler esse texto pode não se sentir melhor, e talvez até sinta-se um pouco triste, abatido... e me assusta mais ainda saber que você poderá escolher ir para uma aba ali em cima no facebook e esquecer completamente suas reflexões com um gift animado daquela série "eu na vida".

Estamos escondendo nossas emoções, fugindo delas, evitando-as, reprimindo-as e fingimos que não entendemos quais motivos nos levam à depressão, à ansiedade ou à solidão profunda.

E o mais interessante é que pessoas se profissionalizam em busca de montar estratégias de alta performance que visam ter estados emocionais mais adequados pra diversas situações sociais do dia-a-dia. Imagino como seria se Freud, Lacan, Jung, Nietzsche, Marx e outros pensadores tivessem apenas driblado suas angústias e seguido vivendo bem, aumentando seu faturamento e comprando carros e roupas adequadas socialmente. 


Evitar nossas emoções é evitar nossa genialidade, nossa capacidade produtiva real, nossa possibilidade de mergulhar mais fundo, quando falo em produtividade não falo apenas em sair por ai trabalhando exaustivamente, falo em ter energia para se conhecer, aprender mais sobre nossa natureza, sobre nossas ações e reações.

Encerro esse texto alimentando uma pequena esperança de que algo profundo em mim toquem em algo profundo em você e nos leve para uma compreensão melhor sobre a grandiosidade que é a vida. E nesse caminho possamos sentir profundamente todas as nossas emoções, mesmo que inicialmente isso pareça ruim, desagradável, mas certamente aprenderemos que isso é um sinal do nosso corpo dizendo que há algo bagunçado em nossa mente.

Forte Abraço,
A.B.

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