Fenômenos midiáticos, para que servem?

Aqueles que me conhecem pessoalmente sabem que eu tenho pouco tempo para TV e deixei de ver canais abertos há alguns anos.
Porém continuo me atualizando dia após dia através do twitter, uma rede social leve e com poucos debates intermináveis que envolvem os egos inflados que observamos no facebook.
Pois bem, hoje ao abrir o meu twitter encontro nos assuntos mais comentados um tema bastante incomum: goza na minha boca.
Depois de algumas leituras descubro que uma participante do BBB, embaixo do edredom, enquanto transava com um outro participante soltou o pedido: goza na minha boca.
Comecei a ver que haviam diversos comentários, uns que criticavam-na pelo pedido, outros que criticavam a sociedade por ter o sexo como tabu, e outros que acreditavam que o problema da sociedade era com a sexualidade feminina e a visão moderna deste aspecto.

Então resolvi escrever esse texto para refletir sobre algumas perguntas:

1) Como podemos observar o pedido incomum em uma ótica mental/emocional?
2) O sexo ainda é tabu?
3) A sociedade machista tem comentários indevidos nesse caso em particular?

Antes de buscar responder essas questões vale a pena contextualizar que a mesma participante adotou uma postura inicial em que sexo era errado. Seus pais estavam vendo o programa e poderiam ter certeza que ela não ficaria com ninguém ali na casa, até protagonizou outro episódio em que esse mesmo namorado não podia dormir na mesma cama que ela, pelos motivos antes apresentados. Ou seja, o tabu e o preconceito estiveram sempre presentes na mente dessa participante, como está na dissolvido em nossos pensamentos.
Com isso buscamos responder a terceira pergunta, a sociedade ainda é machista e podemos sentir isso em nosso íntimo, antes de termos comportamentos preconceituosos geramos pensamentos preconceituosos, aquelas pessoas que mudaram seus preconceitos precisaram refletir sobre isso, construir um pensamento de compreensão, pois (infelizmente) a educação nos padronizava em vários aspectos, inclusive com relação a sexualidade. Vivemos tempos em que estamos construindo um futuro menos agressivo e menos violento, vagarosamente, e isso exige muito tempo e muita dedicação.

Acabamos então tratando da segunda questão também, o sexo ainda é tabu em nossa sociedade, apesar de observamos uma maior abertura dessa tema em nossas famílias é importante ressaltar que muitos de nós não temos habilidade de tratar sobre essa temática abertamente e de forma  equilibrada, sem sermos promíscuos e também sem sermos hipócritas como se ninguém soubesse do assunto. Vale a pena ler esse texto e refletir sobre o que você se sente desconfortável em tratar com amigos, ou até mesmo com você mesmo. O que gera sofrimento no que diz respeito ao sexo?

E então chegamos na primeira questão motivadora deste texto, quando estamos em uma relação sexual, íntima, nos encontramos em um estado alterado de nossos pensamentos, nosso corpo está diferente, nossa temperatura, hormônios, sensibilidade e pressão tudo está alterado. É comum falarmos coisas que não falaríamos em outro estado ou sentirmos coisas que são diferentes do dia-a-dia, ou seja, aquela participante do programa pode ter se envolvido tanto com o ato que nem lembrou das regras sociais que acredita, mesmo com seu namorado a informando que ela estava falando aquilo no microfone, e ela, para atestar minha teoria, afirmando que não.
De qualquer forma essa cena nos ajuda a pensar sobre as coisas que fazemos enquanto estamos alterados, seja pelo sexo, seja pela raiva, pela tristeza excessiva ou pela alegria extrema. As vezes falamos ou fazemos coisas que contradiz aquilo que acreditamos e que achamos correto.

Deixo essa reflexão como uma forma de evitarmos o julgamento e focarmos no que podemos aprender com esses fenômenos midiáticos que vez ou outra enche a televisão (ou a timeline no caso do meu twitter).

Espero que as reflexões tenham sido úteis...
Forte abraço,
A.B.

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