Quem eu sou? Por Allan Brito

É de manhã, o despertador toca e eu me levanto. Quem sou eu? Aí depende.

Se me defino do ponto de vista profissional sou um pedreiro, funcionário público ou advogado. Confiro as ferramentas na mochila, o freio da moto ou o caimento da gravata.

Sou homem ou mulher, jovem ou de idade. Um trabalhador, um atleta ou um insone.

Quem sou eu? Posso dizer meu prenome, nome e sobrenome - ilustre ou desconhecido. Posso mostrar meu RG, meu CPF e até minha CTPS. Posso ser chamado por extenso ou numa sigla.

Amante das artes, vagabundo ou vilão. Asceta, nômade ou estressado. Posso ser muitas coisas e nenhuma, multiplas denominações ao longo do dia, mas que não chegam a ser uma definição concreta e exata. Sou muitos "Eus" em cada faceta da minha personalidade. 

Quem sou eu? Essa pergunta essencial, talvez nunca feita em voz alta a si mesmo. Muito além dos rótulos, da origem, família, cultura e nação; muito além da cor dos olhos, cabelos ou pele, da religião, da fé da biologia e da definição científica: eu sou quem sou.

O Mestre Jesus disse: Antes de Abraão existir, EU SOU.

E eu arremedo: muito além da compreensão do tempo e do espaço, da infinitude do Cosmos, da imensurabilidade dos universos alternativos: EU SOU.

Quando me olho no espelho e aliso meu cabelo, digo a mim mesmo: eu sou o maior milagre da vida, pois sou a vida. Sou parte do inconsútil tecido da realidade e sem mim, toda a tapeçaria da Criação estaria arruinada. Isso é um fato, tão certo quanto você dizer a si mesmo(a) todos os dias de sua vida:

"Sou parte do inconsútil tecido da realidade e sem mim, toda a tapeçaria da Criação estaria arruinada. Isso é um fato".

Não, não depende de nada. Você é quem é, eu sou quem sou. Você pode reconhecer todo o poder da vida pulsando em suas veias, ou não. Talvez você sinta a canção do universo ressoando em seu corpo e sua alma, talvez não. Pode ser que você reconheça a missão divina à qual está destinado(a), pode ser que não acredite em nada, nem em si mesmo(a).

Não importa. Todo o poder da vida continuará pulsando em suas veias, a canção do Universo permanecerá ressoando em seu corpo e sua alma e sua missão divina estará diante de si, como um portal esperando ser aberto ou uma aventura a ser vivida.

Na busca por autodefinição ou algo mais profundo que a própria identidade, a natureza ou a missão de vida, eu sempre recomendo olhar para dentro de si mesmo, atitude que é desafiante e requer treino, mas que absolutamente realiza e liberta. Porque quem olha para fora, sonha e quem olha para si, desperta.

E, afinal, quem sou eu? 


Eu sou.


Tenha um excelente 2018 e SEJA você, também.

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