O poder das palavras
Quando crianças falamos muitas coisas sem nos preocupar se
estamos certos ou errados, se vamos magoar alguém ou a nós mesmos, se estamos
sendo otimistas ou pessimistas, se iremos conquistar ou afastar pessoas que nos
afeiçoamos, nós simplesmente falamos, porque ouvimos os adultos dizerem algo e
queremos modelar ou essa foi a forma que aprendemos. Por vezes, quando
crianças, dizemos coisas que nem mesmo nossos pais diriam e nem sabemos como
isso acontece, apenas sai.
Crescemos e
acabamos aprendendo o quanto as palavras têm poder sobre a nossa vida, ou
vivemos a vida inteira sem saber. O que nós falamos ou o que é dito para nós
acaba criando a nossa realidade e, portanto, se alguém diz a uma pessoa quando
criança que ela é desastrada, por exemplo, ela pode passar toda a sua
existência acreditando nisso, sempre que ela tropeçar ou derrubar algo, vai
dizer que é porque é desastrada desde a infância, sem perceber as incontáveis
vezes que isso não aconteceu.
Existem
palavras, que são bem pequenas, no entanto, tem uma força que pode ser criadora
ou destrutiva, como um simples sim, ou um duro não. Palavras podem ser pedras
machucando quem as escuta em meio a discussões e podem ser leves penas que
acariciam não só a pele, mas a alma daqueles que a ouvem em momentos de carências
e carícias. E você, tem feito bom uso de suas palavras?
Palavras são erros ou magia, depende
de quem as pronuncia. O que tem saído de sua boca ultimamente? Pelas
estimativas dos especialistas, a consciência ocupa no máximo 5% do cérebro.
Todo o resto, 95%, é o reino do inconsciente. Muito do que você faz, o tempo inteiro, é
inconsciente. Falar, por exemplo. Você simplesmente pensa no que quer dizer (as
ideias), e não precisa selecionar conscientemente as palavras – elas
simplesmente aparecem.
E é dentro desse complexo e gigantesco baú, que
as palavras estão guardadas, eles armazenam memórias antigas e atuais,
conhecimentos velhos e novos, sentimentos de ontem e de hoje. E depois que são
abertos, aquele que diz, nem sempre vai lembrar do que falou, mas aquele que
escutou, não mais esquecerá. Ele colocará essas palavras dentro de seus baús e
poderá deixar lá bem guardada em forma de mágoas, ou de saudade que pode ser
boa ou ruim. E talvez elas nem saiam mais de lá, ou quem sabe em um momento de
raiva, esse baú seja aberto novamente e essas palavras saiam com tanta força,
que seria melhor ter perdido as chaves e é nesse momento, que dizemos coisas
que eram melhor nem ter dito.
E é nesse emaranhamento
de letras que formam sílabas, que formam palavras, que formam expressões, que
formam frases, que expressam nossas alegrias, tristezas, egos, paixões,
melancolias e outros tantos infinitos sentimentos e emoções que saem da nossa
boca, dos nossos gestos, ou, apenas do nosso olhar... Afinal, muitas vezes, o silêncio
vale mais que mil palavras.
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