Postagens

Defina-me ou te devoro

Vivo, hoje, em uma eterna complexidade delirante Procuro ser o mais simples possível, mas peço que a vida brilhe mais do que anteriormente Reflito sobre vários caminhos, sobre suas conseqüências e tomo atitudes que refletem forte luz nos olhos alheios... Ofusca, algumas vezes, o meu próprio olhar. Não sinto, nem ressinto coisas cotidianas, em meu recinto entram apenas afins. Torturo-me por decisões brilhantes e esqueço-me do detalhar-me, do construir-me , do definir-me. Do abraço que não escolhi ainda se darei, do formato de expressar-me que não optei por fazer... do vazio que invade cada atitude diária, repetida e nova para o meu consciente. Sou fazedor, pois como formador já me nomearam... agora quero fazer as coisas, não mais estudá-las, não mais descobri sua essência, não mais destrinchá-las como se fossem minhas e que me incidisse total direito sobre elas... quero apenas contemplá-las como a vida o faz diariamente. E nesse instante penso em olhos que brilham ao me ve...
Imagem

Sem motivo...

Sem motivo para escrever... necessitei da escrita e tentei encontrar temas para abordar. Não sabia mais consultar minha alma. Estive tão envolvido com assuntos materiais que, mesmo em minha preparação espiritual, esqueci-me de mim. As minhas autenticidades esconderam-se internamente e sucumbiram. Sem ater-me ao destino sólido naveguei em mares líquidos, liquefeitos por restos de mim. Quis escrever-me, mas sem motivo escrevi a todos. Quis beneficiar-me, mas sem contato emanei a luz que de meu espírito é emanada para as minhas ações perispirituais. Quis e não quero mais deter-me na preocupação das coisas pendentes. Na falta da realização, quis paz e agora enobrecido de sensação pura, purifico aos meus. Quis ser o que sou e perdi-me na falta de paciência e de calma. Quis muito e na verdade quero bem menos. Dominado agora pela necessidade de escrever, pus, em minha mente, a aquietação do espírito, e instantanemente me vinheram essas palavras brutas e necessárias. Em mim, repouso farto. Vej...

Eu, espelho de mim

Imagem
Sou um homem provinciano! E sendo o que sou me encontro em um alguém que media a relação comigo mesmo. É furtivo acreditar nos entremeios da descoberta própria e individual, sou extremamente impaciente para ser urbano com todas os seus melindres, com todas as suas estratégias e acelerações diárias, planejamentos, ônibus, grandes ruas, grandes avenidas, grandes prédios e grandes idiotas para esquecer seus objetos importantes em casa, esquecer inclusive a sua casa como propriedade de lar. Por outro lado, não me reconheço como rural, não tenho a paciência do homem do campo, não sei esperar a época certa de plantar, o dia correto de regar e o minuto único de colher. Não vivo de estações, eu as crio. Pensando nesses opostos me defino como completo provinciano. Sou da província, sou das metrópoles que não migraram do interior, sou urbanisticamente rural, minha cidade é cheia de verde e de fotossínteses constantes, sejam para produzir mais oxigênio, sejam para inspirar a circulação de nov...

Coração Leve os anos

Imagem
Leve as pessoas, leve  o mundo Leve o ser que fui.   Coração siga o rumo dos rios E faça jangada quando chegar ao mar.   Nunca cruze a saudade  que em sorrisos frios Te afasta de amar.   Lembre-se do porto passado Que em teu passar tristeza deixou   Não te esqueças do tornado Que deixastes em terra Que contigo não carregou   Ah coração leve os anos Pois a dor se endurece em meu peito Cada vez que revejo os nossos encantos Que fujo e me guardo em passados teus Em teu passado solidão levou E a flor que desabrochou Na teia do ano que passou   Engana-se coração Ao pensar que por tua partida Me entristeço, me desespero Ou não te esqueço   Pois o tempo, coração, segue! E segue a ti e ao vento e quanto mais longe tu fostes mais anos estarão entre nós menos esperança haverá e mais conforto nos acalmará   Depois da tormenta, coração Seremos separados, Sejamos constatados Como doentes por termos nos afastado. * Esse texto foi ba...
Não sabemos onde estar nem com quem estar apenas estamos   Caminhamos como partículas minúsculas, ínfimas e sugestivas   Somos manipuláveis, temos acessos de angústia, desespero, afetos que antecedem a libertação   Mas somos fracos, somos pequenos e medíocres   Há ainda os insabores das pernas alheias, dos beijos e afetos externos   Deveria ser assim com todos, com muitos sem exceções   Mas as dores que agora nos encontra são escadas e pontes   A cor que me falta sem tua presença, são escalas e pontos   Fatores que irão esfacelar-se ao te ver, ao te tocar ao te amar mais uma vez   Porém ainda haverão formigas no cérebro do pensante   Mas a tua presença removerá a angústia de não querer continuar
Imagem
É radiante a sua presença como fonte inexpressiva de ouro, que ilumina o nosso espírito mesmo na mais fria expressão.   Não são tuas as falas que acompanham o teu olhar, inebriantes formas deitam-se em meu peito ao esperar-te fantásticas cores explodem dentro de mim ao encontrar-te e vagando em teus sons, deleito e desfruto corrompem os nossos sentimentos.   Prazer recheado de amor, cores completas e vivas, ímpares, seculares, unicamente tuas.   De repente havia nuvens, talvez fossem estímulos teus, talvez os teus amores e carinhos gritassem.   Enfim despertamos e descobrimos que havia nuvens, que havia céu, mas que havia tudo em seu lugar, nada era ilusão, nada era feliz.   E não te encontramos, e não te vimos, e todos os seres residentes em mim choraram, como uma orquestra, como um compasso, como os limites impostos para a alma.   Saudades sentimos coletivamente, estágio passageiro e doentio da alma que corrompe o ímpeto e o í...