Medos, por Dennyson Teles.



Imagine um guerreiro destemido, que enfrenta muitas guerras e batalhas sem nunca hesitar. A chance que esse guerreiro venha a perecer precocemente é maior do que a de outro mais comedido, que por vezes teme e recua diante de um adversário. O medo protege e preserva as espécies animais. Se um coelho visualiza uma raposa feroz, imediatamente parte em fuga.

Essa cascata química desagradável, gerada pelo medo, faz com que o nosso corpo se prepare para situações de risco à vida, que requeiram raciocínio rápido, embate físico ou fuga. 
O medo é uma sensação desagradável proveniente da liberação de substâncias químicas pelo hipotálamo e amígdala cerebral na corrente sanguínea. Para alguns autores o medo carece de um objeto real (ex: medo de uma cobra, medo ao presenciar um assalto). De forma contrária, na ansiedade, esse objeto pode não ser real e essa sensação desconfortável ser fruto apenas de uma apreensão quanto ao futuro (ex: receio de ser assaltado, receio de passar mal e vir a morrer). 
No entanto os termos muitas vezes são considerados sinônimos.

Muitas vezes a situação, sentida como amedrontadora, de fato não é. Uma pessoa pode experimentar sensação paralisante de medo e terror ao ver um sapo. De fato, o sapo não representa um risco de vida para aquela pessoa.
A nossa tendência quando confrontamos uma situação amedrontadora real ou imaginária é a fuga, esse comportamento é denominado, por terapeutas comportamentais, de esquiva fóbica. Portanto, se eu tenho medo de locais fechados, ao me deparar com um elevador, instintivamente fujo dessa situação e utilizo as escadas. Ao optar por tal comportamento minha sensação corporal de taquicardia, sudorese, tremor e pensamentos catastróficos se esvaem e logo me acalmo. 
Porém, a que custo?

Comportamentos de esquiva reforçam ou “alimentam” essa sensação de medo.
Futuramente ao me deparar novamente com o elevador terei sensações de medo ainda mais intensas. Daí os tratamentos para os medos excessivos e fobias consistirem justamente no contrário, ou seja, ser exposto de maneira progressiva às situações ou objetos fóbicos.

É importante, portanto, enfrentar nossos medos e fobias.

Dennysson Teles,
Médico Psiquiatra

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