E aí, você é uma pessoa de sucesso? Por Allan X. Brito
E aí, você é uma pessoa de sucesso?
Pense bem e segure aí sua resposta.
Eu confesso que sempre quis ter sucesso na vida. Eu me perguntava: "O que preciso fazer para ter sucesso?" Não sabia como, nem a quem perguntar. É que eu ainda não conhecia meu primo Adamo Brasil. Inclusive recomendo seu excelente texto, disponível aqui no blog, sobre o que significa ter sucesso.
Alguns exemplos de pessoas próximas me pareciam o inverso do que eu ansiava. Então eu fui pesquisar a vida daquelas pessoas que, em minha humilíssima e mui singela opinião, tiveram sucesso em suas existências.
A JORNADA
Caí em campo para ler as biografias dos grandes homens de todos os tempos, aquelas coleções de brochuras encapadas com couro marrom, uns trambolhões de enormes, incômodas que só carteira reta de madeira, mas com aquele aroma, um dos meus prediletos, de pó das eras. Nunca consegui traçar um paralelo entre De Gaulle, Martin Luther King, Schoppenhauer e Beethoven.
Então busquei o testemunho dos antigos, de caras que haviam convivido com Thomas Edison, Ford e John D. Rockefeller (magnata americano que, segundo historiadores e economistas, possuiu uma fortuna de mais de meio trilhão de dólares, em valores do ano 2000). Empanturrei meu intelecto com os ensinamentos de cavalheiros como P. T. Barnum, David J. Schwartz, Napoleon Hill e Dale Carnegie.
Memorizei as "leis do triunfo", para alcançar sucesso em meus objetivos, escrevi frases poderosas nas paredes de casa e do escritório, estudei os dez requisitos, os XV mandamentos e os 7 passos do sucesso. Foi tudo válido, e continuo recomendando a leitura e aprendizado destes mestres do passado.
Quis avançar no tempo, saber o que havia de novo no mundo do "sucesso" e conheci, entre outros, Anthony Robbins, Richard Bandler e Joseph O'connor, que me apresentaram à Programação Neurolinguística, que, por sua vez, me apresentou à hipnose ericksoniana e às ferramentas de Coaching.
Tomei conhecimento, então, do processo Hoffman, li os trabalhos de Carol S. Pearson, John Campbell, e outros; testei as dicas de Joe Vitale e Randy Gage; apliquei os ensinamentos de Wayne Dyer, George Leonard, Stephen Covey... ufa... é muita gente, nem cabe aqui.
Vi testemunhos, presenciei mudanças significativas, debati e experimentei as "48 Leis do Poder", os ensinamentos de Salomão, a busca da maestria, o poder do agora e uma prova do céu, etc. etc. e etc. Ainda encontrei tempo para estudar física quântica, constelações familiares e a visão sistêmica da vida. Se você estiver presente e atento, perceberá que tudo ensina: a Bíblia ensina, assim como Sun Tzu, o Tao Te Ching, Buda e Maomé.
Aprendi com os livros, mas aprendi mais com as pessoas, a experiência dos mais velhos e o frescor, viço e vigor da juventude. Sofri na pele, caminhei, tropecei e caí; dei a cara à tapa, vi e ouvi.
E TUDO ISSO ME SERVIU DE QUÊ?
Tudo isso me serviu, principalmente, para saber que o caminho rumo ao sucesso é pavimentado a cada passo. A estrada não está feita, você a desbrava metro por metro.
É trabalho duro? Ô se é, não há formulas mágicas, mas vale cada gota de suor, sangue e lágrimas.
Há atalhos? Sim, mas mesmo atalhos precisam ser percorridos e tendem a ser perigosos. Nada substitui o trabalho diário. Nada como o hábito para levantar ou derrubar um(a) homem/mulher.
A construção de seu objetivo é como uma casa ou uma fábrica: cava-se a fundação, pazada após pazada, depois firma-se uma pedra por vez, depois cimento, depois um tijolo por vez, de um muro por vez, depois uma telha, depois outra. Não é possível construir tudo do nada, assim, de uma vez, num estalar de dedos.
Acredite-me, já tentei.
A CHEGADA - ENTRE TER SUCESSO E ME REALIZAR, EU ESCOLHO...
"Percorri milhas e milhas antes de dormir, eu não cochilei"... dei uma volta no mundo e na história e cheguei ao lugar de onde saí, meu principal sucesso: nascer.
Sim, minha querida/meu querido, nós somos todos vencedores. Tivemos o SUCESSO de nascer, e de lá para cá, tivemos o sucesso de aprender a caminhar, falar, ler, escrever, compreender, imaginar e criar. Alcançamos elevados estados mentais, ampliamos nossos horizontes, lutamos, vencemos, apanhamos e, por vezes, perdemos. Noutras, deu empate. Mas perceba: sucesso e fracasso são apenas duas faces da mesma moeda chamada "aprendizado". E aprendizado é o combustível para ir mais além.
Cada dia guarda novos sucessos, como preparar um bom café, não queimar a tapioca, chegar pontualmente ao trabalho, encontrar amigos, ter uma boa conversa, encontrar seu amor, sentir o vento, observar as estrelas no céu, ouvir o gargalhar gostoso de uma criança pequena, acertar o palpite, arrasar - ou lacrar - na reunião, na apresentação, na aula; ajudar alguém a atravessar a rua, ajudar alguém a encontrar seu caminho na vida, chegar em casa, beijar os seus, dizer que os ama, reconhecer seus sucessos e suas bênçãos e dormir o sono dos justos.
Para no outro dia começar tudo de novo, novamente, outra vez... entre simplesmente ter sucesso e se realizar, eu escolho a segunda opção que me parece mais ampla, que, me minha opinião, é o coletivo de sucessos nas várias áreas de nossas existência: família, emprego, vocação, missão, fé, amigos, doação, etc.
De toda forma, repito: nós somos o sucesso, nós somos a vida. Nossa existência como indivíduos neste planeta, neste plano espiritual, é o coroamento da impossibilidade manifesta. Como bem disse o Dr. Manhattan à personagem Laurie, na graphic novel "Watchmen", quando ela se deu conta das circunstâncias insólitas de sua concepção:
"- Eu não acho que sua vida seja insignificante. - disse Dr. Manhattan.
- Por quê? - perguntou Laurie.
- Por causa dos milagres termodinâmicos... eventos com probabilidades astronômicas de não ocorrer... tais como o oxigênio transformar-se em ouro. Eu sempre desejei observar esses acontecimentos. E eis que em cada acasalamento humano, de 50 a 150 milhões de espermatozoides procuram um único óvulo. Multiplique essas probabilidades por incontáveis gerações... encontrando... gerando... esse exato filho... aquela exata filha... até chegar em sua mãe, que amou o homem que ela tinha todos os motivos para odiar. Dessa união, dos bilhões de crianças competindo para a fertilização, foi você, apenas você que emergiu. Destilar uma forma tão específica daquele caos de improbabilidades é como transformar ar em ouro... é o cúmulo do impossível.
- Mas... se meu nascimento é um milagre termodinâmico... você poderia dizer isso de qualquer pessoa no mundo!
- Sim. Qualquer pessoa no mundo. Mas o mundo é tão cheio de pessoas, tão atulhado com esses milagres que eles se tornam lugar comum e nós esquecemos... Eu esqueci. Nós olhamos continuamente para o mundo e ele fica maçante. (...) Venha... seque suas lágrimas, porque você é a vida, mais rara que um quark e imprevisível além dos sonhos de Heisenberg; a argila na qual as forças que dão forma a todas as coisas deixam mais claramente suas digitais. (...) Você é o milagre termodinâmico, você é a vida."
Então, resumindo: sim, a física, a biologia e a matemática concordam que você é ar transformado em ouro. Um bruto sucesso.
Allan X. Brito
Escritor
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"Até onde conseguimos discernir, o único propósito da existência humana é acender uma luz na escuridão da mera existência." - Carl G. Jung
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