Quem Sou Eu? Por Ícaro Xenofonte





Será que é possível definir em uma única resposta algo tão complexo quanto você? Será que essa resposta pode ser verbalizada ou escrita? 

O Ser Humano é uma combinação de inúmeras experiências, interpretações, processos e mais processos de construção. Como posso resumir um indivíduo a uma única palavra ou frase? O que leva um indivíduo a querer se conhecer? 

O que está por trás da pergunta “quem sou eu?”talvez seja o desejo de ter um lugar no mundo, o desejo de contribuir, de fazer mais, de deixar sua marca. O que motiva um indivíduo a conhecer-se, muitas vezes, é a necessidade de se diferenciar, de se apresentar ao mundo como alguém único, como alguém que não nasceu de uma cópia. É uma necessidade humana.

O desejo de se encontrar consigo mesmo pode surgir no momento que o sujeito percebe que não tem vivido sua própria vida, que tem feito muito em função da vontade de outros. Quando percebe que não está ocupando seu lugar no mundo, quando não tem pensado tanto em si mesmo e inclusive, tem se dedicado a“salvar” o mundo inteiro, assumindo responsabilidades pelos outros, pensando que é possível fazer tudo por todos.

Quando alguém se pergunta “Quem sou eu?”, ele busca entender sua missão na vida. E enquanto procura por coisas extraordinárias e gigantescas, o sujeito pode esquecer de que a missão está relacionada a ser ele mesmo.  Enquanto procura urgentemente satisfazer a vontade dos outros, agindo e pensando de acordo com o que lhe é imposto, o indivíduo não percebe que, respirando fundo e dizendo "Sim" à vida, ele já está vivendo sua missão. Percebam que se aceitar exige humildade, que é característica de quem busca alinhar os diferentes aspectos de sua vida, de quem respeita seus próprios valores, entendendo que eles não são melhores nem piores do que os valores de ninguém!

Criar relações prejudiciais e insistir em manter essas relações pode ser um “sintoma” de que o indivíduo não está suficientemente integrado em sua identidade. Quando cito relações prejudiciais, me refiro a dois padrões básicos de relacionamentos: 1- “Você deve existir para me satisfazer” (Dominação, opressão, alguém que se acha superior) 2- “Eu existo para te satisfazer” (Submissão, obediência, alguém que se acha inferior).

Essas dinâmicas de relacionamentos podem ocorrer entre familiares, colegas de trabalho, amigos. Podem coexistir em uma relação marido/esposa; chefe/funcionário; pais/filhos... as possibilidades são muitas. Se reconhecer em um relacionamento como esse pode ser um indicador de que o indivíduo está com sua autonomia enfraquecida, distante de si mesmo.

Quem busca entender e respeitar a si mesmo consegue discernir com mais facilidade as coisas que pode fazer por conta própria das coisas que entende precisar de ajuda. Quem está disposto a amar a si mesmo desenvolve naturalmente uma maturidade que lhe ajuda a não exigir dos outros mais do que se precisa ou mais do que o outro pode oferecer. Também passa a não oferecer ao outro mais do que se pode dar nem mais do que o outro precisa receber.

É como falar internamente: “Sim, eu concordo com minha vida, com minha história. Mesmo tendo comportamentos, pensamentos, hábitos que não gosto, posso me amar,me aceitar, me respeitar... Eu sou o que sou! Fui desejado pela vida e estou a serviço dela!”

Ícaro X. 

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